Antes de identificar os requisitos, é importante entender a real necessidade dos clientes. É muito comum já tentarmos identificar como o sistema deve funcionar, quais as suas funcionalidades, qual o protótipo a ser usado e, em muitos casos, até como será implementado. Antes de chegarmos neste ponto é preciso saber o que realmente o cliente precisa, quais são suas dores, seus principais problemas, o que ele quer resolver e/ou melhorar, ou seja, quais são suas reais necessidades.
Este é um processo simples e fácil, mas precisamos estar dispostos a realizá-lo, e precisamos fazê-lo se realmente queremos agregar valor, pois uma solução sem o entendimento da sua real necessidade pode se tornar algo que não seja tão útil ao cliente.
Precisamos entender o motivo da solicitação do cliente e qual o problema que ele busca resolver ou melhorar.
Muitas vezes o cliente já nos fala o que precisa, como por exemplo: “Preciso de uma área para fazer isto”; “Quero um botão para aquilo”; “Preciso de um novo relatório com as informações XYZ”. Já nos deparamos inúmeras vezes com situações similares, só que quando entendemos o problema e qual a necessidade, notamos que muitas vezes a informação passada pelo cliente não é a necessidade e sim uma possível solução com base na sua visão (o que de certo modo é bom), mas como especialistas podemos, e devemos, com base no entendimento do problema, apoiar o cliente na melhor solução para a sua real necessidade, que até pode ser a proposta por ele, mas na maioria das vezes pode ser algo mais simples e que dará maior agilidade e produtividade do que o explicitado inicialmente.
Mas, somente podemos chegar nesta melhor solução com base no entendimento da real necessidade. E como entender a real necessidade? Muito simples, questionando, se preparando para as entrevistas e entendendo o negócio do cliente, se colocando no lugar do cliente e pensando como poderia fazer se estivesse do outro lado.
Apresento algumas dicas:
- Conheça a empresa que irá realizar o trabalho;
- Conheça qual o negócio e os setores envolvidos;
- Se não tem muito conhecimento sobre a área de negócio, estude, pesquise, busque soluções no mercado que atendem a esta área de atuação;
- Identifique os principais players para esta área;
- Elabore um questionário inicial com dúvidas que gostaria de esclarecer;
- Chegue no cliente bem preparado e sabendo do que esta falando;
- Tenha dúvidas, questione;
- Só dê um assunto por encerrado se estiver convencido;
- NUNCA, JAMAIS, ACHE!!! Ou tem CERTEZA, ou ainda não entendeu.
São dicas simples, mas importantes!
Neste primeiro momento, não se preocupe em escrever muito, num padrão ou de forma ordenada, simplesmente rascunhe, rabisque seu entendimento e construa primeiro o entendimento na sua cabeça, escreva da forma mais simples e inteligível possível para você, pois este é o momento do entendimento inicial, da busca pelo problema e dores do cliente.
Faça-o falar, tente captar a essência do problema e identifique o momento certo para validar se o seu entendimento está correto. Não direcione o pensamento do cliente para um lado que seja confortável para você, deixe-o livre, pois você precisa que ele fale e desabafe. É o momento dele expor os problemas.
Claro que existem pessoas que vão direto ao ponto, outras que não são de falar muito e temos que fazer um grande esforço para fazê-las falar e há ainda outras que falam muito, geralmente fugindo do tema. Como lidar com cada uma delas? Bom, não é uma tarefa muito simples, depende de cada perfil, mas claro, existem algumas abordagens padrão…Mas, vamos falar sobre este assunto num próximo post.
Carlos Burity
Engenheiro de Software, Especialista em Qualidade de Software, Implementador do MPS.BR e do CMMI. Mais de 25 anos de experiência na área de IT, Forte skill em liderança de pessoas, agilidade e foco em resultados. Muito conhecimento em processos e modelos de processos de IT. Especialista em resolução de problemas. Atuou em empresas de diferentes portes e segmentos, como Engenheiro de Software, Analista de Sistemas, Gestor de Programas, Gestor de Projetos, Scrum Master, Consultor de Processos de IT, Diretor de Produtos e Diretor Executivo.
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