Não importa o tipo, todo negócio precisa de uma estratégia para atingir seus objetivos. Entretanto, muitas vezes, é mais fácil falar do que formulá-la – especialmente se não for dada a devida atenção e esforço. Em uma pesquisa pela Harvard Business Review, 85% das equipes de liderança gastam menos de uma hora por mês para discutir a estratégia e metade não gasta tempo nenhum.
A mesma pesquisa revelou que a maioria dos colaboradores não entende a estratégia da organização. Assim, não é de admirar, que 90% não consigam atingir suas metas estratégicas. Visto o cenário, é importante entender o que é o planejamento estratégico e como ele pode beneficiar a sua organização.
Mas o que é o planejamento estratégico?
É o processo contínuo de usar o conhecimento disponível para formular a direção pretendida de um negócio. É usado para priorizar os esforços, alocar recursos de forma eficaz, alinhar interesse e garantir que as metas sejam apoiadas por dados e raciocínio sólido.
Como o planejamento estratégico pode beneficiar o seu negócio?
1 – Cria uma visão focada no futuro – Um benefício significativo do planejamento estratégico é que ele cria uma visão única e focada no futuro. Ao conscientizar todos da organização sobre os objetivos estratégicos, pode-se criar senso de responsabilidade. Como exemplo, “se um gerente não tiver clareza sobre a estratégia ou o raciocínio usado para elaborá-la, poderá tomar decisões que a contrariem.”
2 – Chama a atenção para falhas no raciocínio e para preconceitos – decisões podem ter vieses. O processo de planejamento estratégico obriga a examinar e explicar por que se toma cada decisão e respalda a partir de dados, projeções ou estudos de caso, o que combate os vieses cognitivos.
Exemplos de vieses cognitivos
| Viés de inércia: tendência de selecionar opções que permitem pensar, sentir e agir de maneira familiar; |
| Viés da navalha de Occam: tendência de assumir a decisão mais óbvia como a melhor decisão; |
| Viés de confirmação: a tendência de prestar atenção apenas em informações que apoiam seu ponto de vista; e |
| Viés efeito de recência: tendência de selecionar a opção apresentada mais recentemente porque está fresca na mente |
Além dos vieses cognitivos, a partir da estratégia definida, recrute pessoas com diferentes pontos de vista para ajudar a procurar informações que comprova ou refuta a ideia. Combater o preconceito em decisões estratégicas necessita de esforço e dedicação de toda equipe, o que pode fazer a estratégia mais robusta.
3 – Acompanha o progresso com base em metas estratégicas – Ter um plano estratégico implementado, permite que se acompanhe o progresso em direção às metas. Quando cada departamento e equipe entende a estratégia maior da organização, seu progresso pode impactar o sucesso, cria abordagem de cima para baixo para acompanhar os principais indicadores de desempenho.
Ao planejar a estratégia e definir seus objetivos, você pode determinar os indicadores de desempenho. Essas metas podem ser estendidas a unidades de negócios, departamentos, equipes e individuais. Isso garante que todos os níveis da organização estão alinhados e podem impactar positivamente nos indicadores e, em consequência, no desempenho do seu negócio.
Mas, atenção! Um ponto importante!
O Professor Clayton Christensen da Harvard Business School alerta a estratégia do negócio precisa evoluir de forma constante de acordo aos desafios e oportunidades que se encontra no contexto organizacional. Assim, o ideal é ser preparado para dinamizar os indicadores de desempenho visto que as metas mudam e comunicar os motivos da mudança à organização.
** Este artigo foi inspirado e elaborado a partir da leitura do e-book intitulado How to Formulate a Successful Business Strategy da Harvard Business Review. **
REFERÊNCIAS
HARVARD BUSINESS REVIEW (2022). How to Formulate a Successful Business Strategy. Clique aqui
Doutor em Contabilidade (2020) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Ciências Contábeis (2016) pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), Especialista em Controladoria (2013) e Bacharel em Ciências Contábeis (2012) pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Trabalha com as grandes áreas de Administração e Ciências Contábeis, com ênfase nas seguintes temáticas: Planejamento e Controle Organizacional, Gestão de Clubes de Futebol, Gestão de Cooperativas, Gestão no Agronegócio, Governança Corporativa e Administração e Gestão Pública. Atualmente é Professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
