Como estruturar um feedback?

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No artigo anterior falamos sobre “O que estamos a chamar de cultura de feedback?” e dando continuidade trouxemos um texto sobre “Como estruturar um feedback?” onde apresentamos dois exemplos de estrutura de feedback – uma utilizando a Comunicação não Violenta de Marshall Rosenberg e outra com a estrutura Radical Candor da Kim Scott.

Feedback utilizando a Comunicação não Violenta (CNV):

Para Rosenberg ”Por trás de todo comportamento há uma necessidade” e ”Toda agressão é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida”.

Podemos comunicar exatamente tudo o que pensamos, aquilo que sentimos e aquilo que necessitamos. A CNV é baseada em conseguir fazer com que a nossa mensagem não soe como uma exigência, uma análise ou uma crítica.

Como está estruturada a CNV:

Um exemplo de um feedback utilizando a CNV:

Observação/ Fato João, quando recebo o documento contendo poucas informações sobre o evento realizado e com erros de português e concordância…
Sentimento me sinto furiosa
Necessidade pois preciso que ele esteja o mais completo possível e sem erros para enviar o quanto antes aos CEO
Pedido Você poderia revisar o documento mais vezes e corrigi-lo antes de me enviar?

Feedback usando a estrutura do Radical Candor:

Este é um método desenvolvido por Kim Scott, que defende que o líder deve oferecer feedbacks, construir um ambiente profissional e incentivar todo o time a ser radicalmente sincero, sem medo e sem culpa.

Para kim Scott, “Feedback não é só sobre estar aberto a receber críticas. É pedir constantemente para recebê-las; Tanto no momento de criticar quanto de elogiar, é importante que a pessoa seja específica, pois trata-se da intenção de mudar o comportamento e não a personalidade da pessoa; É importante se preparar não só para falar o que você gostaria, mas ter abertura para ouvir, com interesse genuíno pelo que a outra pessoa irá lhe trazer”.

Um exemplo de um feedback utilizando Radical Candor: 

Situação: Durante a reunião com o cliente
Comportamento: Eu observei que você interrompeu o cliente algumas vezes
Impacto: Isso acabou limitando a nossa percepção sobre o que o cliente realmente precisa. Quando eu trouxe novas perguntas, ele trouxe outros pontos que são mais importantes para ele no momento e, caso eu não tivesse feito essas perguntas, poderíamos apresentar uma solução que não faria sentido para ele agora
Sugestão: Em uma próxima situação, gostaria de te pedir para ouvir mais, sem interromper, para que você faça mais perguntas sobre o que o cliente está te trazendo antes de pensar em uma hipótese de solução.

Essas duas estruturas de feedback apresentadas anteriormente, são para nos ajudar a organizar de forma estruturada o nosso pensamento e para nos preparar para uma conversa.

Atenção:

  • Ciclos curtos de feedback – não demore a dar um feedback sobre algo que te desagradou ou que foi legal, não é preciso esperar pelos momentos formais que existem na organização para partilhar teu sentimento;
  • Foco na próxima coisa mais importante – qual é o impacto de determinado comportamento? O impacto realmente existe ou trata-se de algo particular que você não acha legal?
  • Melhoria contínua – qual ação você vai realizar para mudar ou vai sugerir para a pessoa que está recebendo o seu feedback?

 

Podemos aplicar os nossos aprendizados para a agilidade! 

Se você quiser se aprofundar mais neste assunto, ficam aqui algumas referências:

Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais por Marshall Rosenberg

 Radical Candor: Be a Kick-Ass Boss Without Losing Your Humanity por Kim Scott

 

 

Raquel Bartz Alves

Agile Coach – Digital Transformation at wBrain. Pós graduada em Governança de IT. Bacharel em Administração de Empresas e Análise de Sistemas de Computação. Fundadora da comunidade TugÁgil

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